sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pelé ou Maradona?


A fama é deles, mas quem provoca, parece que somos nós! Assistir ao mundial de futebol na Argentina, como eles se referem à nossa conhecida Copa do Mundo, me fez duvidar de um mito que cultivamos por muito tempo no Brasil: o de que os argentinos são arrogantes quando se trata de futebol. Será que não seria o contrário?

Não pude conferir a primeira partida dos hermanos porque estava viajando para São Paulo, mas não foram poucas as críticas que os paulistanos - aqui na condição de representantes dos brasileiros - fizeram à equipe de Maradona. Tudo bem, o Maradona é bizarro! Não dá pra deixar de dizer que será ridícula a sua aparição, pelado, dando voltas no Obelisco, caso a Argentina vença o campeonato, como ele mesmo prometeu! Mas, fora o técnico que é uma personalidade à parte, ao contrário de nós, os argentinos não tripudiaram os brasileiros, mesmo que a nossa seleção tenha se apresentado de forma medíocre no jogo contra a Coréia do Norte. Muito menos andam pelas ruas vangloriando a sua própria seleção, ainda que tenham feito uma goleada na última partida e torçam muito por uma vitória.

Comecei a pensar assim quando aconteceu o primeiro jogo do Brasil e, já de volta à Buenos Aires, o assisti pela televisão argentina. Por mais que a partida propiciasse muita provocação, nenhum dos jornalistas esportivos achincalhou o Brasil durante a narração. As críticas foram levinhas, levinhas. Fiquei pensando no quê o Galvão Bueno não teria dito numa situação contrária. Quando saí à rua, depois do fiasco, ao contrário de dizerem que fizemos uma partidinha de nada, todos que falaram comigo o fizeram comemorando a vitória mixuruca do Brasil!

Diferente disso, na segunda partida dos nossos anfitriões, o meu próprio marido berrava em casa quando a Coréia do Sul marcava seu único gol, destilando, solitário, um veneno contra o país que lhe recebe. Aliás, assim segue, realmente torcendo para que os times rivais desclassifiquem a seleção azul e branca, independente do futebol que esteja fazendo. Além disso, naquele dia de 4x1 para eles, eu esperava chegar numa sala de aula repleta de eufóricos e orgulhosos torcedores - faço aulas de inglês em plena Universidade de Buenos Aires- mas nenhum se manifestou, sequer ostentavam a camisa do seu país. Estranhei! Provoquei-os com um modesto parabéns pela bonita partida dizendo que o time ia muito bem... Agradeceram, mas nada além dos comentários triviais.

Não sei se é uma mera conclusão tirada do meu microcosmo, mas verdade seja dita: os argentinos parecem gostar mesmo é do bom futebol, seja vindo daqui ou de outra seleção que faça bonito, evidentemente, torcendo para que seja a sua a levar o título, como qualquer patriota que se preze. Nós, brasileiros, parece que gostamos mesmo é de odiar o futebol da Argentina, ainda que ele não esteja ruim como pintamos. Será que um dia a gente se entende?

Um comentário:

  1. Menina, futebol passou a ser meu assunto do momento. Nunca acompanhei tão de perto uma copa do mundo. Deve ser pela minha mais completa falta do que fazer. Há dias em que assisto as três partidas do dia. Quase fui ao delírio quando o Uruguai derrotou a África do Sul. Paciência, se era um dia importante, se eles mereciam ganhar porque são os anfitriões. Também adorei o desempenho do México e do Chile e até me empolguei com o Paraguai. Mas, vou ser franca. Eu torci fortemente pela derrota da Argentina. Não sei explicar, é uma coisa tosca. Vergonhosa, mesmo. Depois de ler as suas sábias palavras, vou tratar de pensar melhor sobre o assunto. E sim, o Maradona é mesmo bizarro, mas achei muito legal ele recebendo seus jogadores com um beijo e liberando video game para o goleador da última partida. Bjs

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