Eu precisei furtar o título da tirinha semanal de sábado, do Liniers, pra dar nome a esse post. Só ele traz a mais perfeita tradução para o que me ocorreu. É! “Cosas que te pasan se estás vivo”! Quem nunca deu um fora que atire a primeira pedra!
Às vezes me ocorre de ir almoçar sozinha, algo que era perfeitamente rotineiro e que passou a ser quase raridade nos últimos tempos. Já tinha ido umas duas vezes nesse bistrô que fica a três quadras aqui de casa. Charmoso, de mesas apertadas, ( o que permite que você bisbilhote o que se diz na mesa vizinha) tem sempre uma comida levinha, mas gostosa e atraente. Além disso, a “gente” que costuma pintar por ali é sempre bem interessante, especialmente se você curtir "observar tendências", pra ser menos enfática. Mas nunca achei que era para tanto.
Estava sentada na mesa de cara pra porta. Eu não me lembro exatamente se foi quando eu dava uma colherada na sopa de cebola com castanhas, ou se já tinha chegado na porçãozinha mini de frango com salada (vale insistir no diminutivo) quando ele entrou. Como faço sempre, dei uma olhada em quem estava chegando e ele correspondeu, inclusive com uma cara de quem me conhecia e estava pronto para me cumprimentar. Até achei que ele tivesse uma cara conhecida, mas voltei pro prato, disfarçando que tinha prestado atenção na sua chegada. Teria o cumprimentado se tivesse qualquer dúvida de que ele pudesse me conhecer de algum lugar, eu só não o fiz porque eu tinha a mais absoluta certeza de que ele não me conhecia de lugar algum, como todos os demais.
Quando o sujeito já tinha atravessado mais da metade do restaurante, o que não é difícil, não só os ocupantes das mesas vizinhas pareciam surpresos, como também o chef, os atendentes e a dona do lugar. Foi aí que comecei a achar que as minhas suspeitas poderiam fazer sentido, deveria ser “alguém”. O burburinho que se instalou na mesa do fundo onde, afinal, ele se sentou, apenas confirmava a suposição! Depois de ter ficado apenas quinze minutos e pago a conta eu estava diante da mais pura evidência: sim, ele era o apresentador de tevê, aquele a quem eu assistia de vez em quando na hilária programação daqui, que traz umas celebridades bizarras. O meu primeiro encontro com um famoso na Argentina, pensei! (com um sorrisinho maroto de quem já começa a reconhecer os rostos de “Caras” de sua nova cidade e achar isso divertido)
Tive que pedir um café pra puxar uma conversa com o Sérgio, o mozo peruano que atende à barra, só pra dar aquela confirmada básica e me mostrar antenada com o que estava pegando. “Mira, el tipo, el que recién salió, es aquél presentador de la tele, no?” Com a cara mais surpresa do mundo (o que eu imaginei ser por culpa do espanhol sofrível que eu falo) e tentando identificar se eu era daquele mundo, ou não, o que eu ouvi foi um sonoro: “No, para nada! E me perguntou se eu não o conhecia... (com cara de quem diz: “você deveria conhecê-lo!") De novo o sorrisinho, agora um pouco desentendido, e eu me esquivei dizendo que pensava se tratar de um apresentador de tevê. Bom, pedi desculpas, disse que poderia estar equivocada, aleguei que era brasileira e havia chegado agorinha à Buenos Aires. Bueno, mas que ele me dissesse então, seria algum ator very famous a la Darín? Foi quando a vergonha tomou conta do meu ser! Eu estava diante do chefe de governo de BsAs. A quem eu vejo todos os dias, não apresentando programas na tv, mas objeto deles...Vai ver que é porque ele tem a maior cara de galã e essa foi a mensagem registrada no meu subconsciente. Fala sério, não tem cara de apresentador ou ator?
Mas, não! Ao menos, not yet! Era Maurício Macri, engenheiro civil e chefe de governo. Daniel teria dado qualquer coisa, ou quase qualquer coisa, para estar ali no meu lugar e reconhecê-lo, mas sucedeu que era eu. A pessoa mais joselita do momento. Dale! Ao menos nunca mais vou achar que o Macri é o Pettinato. Nunca mais! Viram a foto do ínicio? Olha como eles se parecem! Preciso dizer quem é quem?
Às vezes me ocorre de ir almoçar sozinha, algo que era perfeitamente rotineiro e que passou a ser quase raridade nos últimos tempos. Já tinha ido umas duas vezes nesse bistrô que fica a três quadras aqui de casa. Charmoso, de mesas apertadas, ( o que permite que você bisbilhote o que se diz na mesa vizinha) tem sempre uma comida levinha, mas gostosa e atraente. Além disso, a “gente” que costuma pintar por ali é sempre bem interessante, especialmente se você curtir "observar tendências", pra ser menos enfática. Mas nunca achei que era para tanto.
Estava sentada na mesa de cara pra porta. Eu não me lembro exatamente se foi quando eu dava uma colherada na sopa de cebola com castanhas, ou se já tinha chegado na porçãozinha mini de frango com salada (vale insistir no diminutivo) quando ele entrou. Como faço sempre, dei uma olhada em quem estava chegando e ele correspondeu, inclusive com uma cara de quem me conhecia e estava pronto para me cumprimentar. Até achei que ele tivesse uma cara conhecida, mas voltei pro prato, disfarçando que tinha prestado atenção na sua chegada. Teria o cumprimentado se tivesse qualquer dúvida de que ele pudesse me conhecer de algum lugar, eu só não o fiz porque eu tinha a mais absoluta certeza de que ele não me conhecia de lugar algum, como todos os demais.
Quando o sujeito já tinha atravessado mais da metade do restaurante, o que não é difícil, não só os ocupantes das mesas vizinhas pareciam surpresos, como também o chef, os atendentes e a dona do lugar. Foi aí que comecei a achar que as minhas suspeitas poderiam fazer sentido, deveria ser “alguém”. O burburinho que se instalou na mesa do fundo onde, afinal, ele se sentou, apenas confirmava a suposição! Depois de ter ficado apenas quinze minutos e pago a conta eu estava diante da mais pura evidência: sim, ele era o apresentador de tevê, aquele a quem eu assistia de vez em quando na hilária programação daqui, que traz umas celebridades bizarras. O meu primeiro encontro com um famoso na Argentina, pensei! (com um sorrisinho maroto de quem já começa a reconhecer os rostos de “Caras” de sua nova cidade e achar isso divertido)
Tive que pedir um café pra puxar uma conversa com o Sérgio, o mozo peruano que atende à barra, só pra dar aquela confirmada básica e me mostrar antenada com o que estava pegando. “Mira, el tipo, el que recién salió, es aquél presentador de la tele, no?” Com a cara mais surpresa do mundo (o que eu imaginei ser por culpa do espanhol sofrível que eu falo) e tentando identificar se eu era daquele mundo, ou não, o que eu ouvi foi um sonoro: “No, para nada! E me perguntou se eu não o conhecia... (com cara de quem diz: “você deveria conhecê-lo!") De novo o sorrisinho, agora um pouco desentendido, e eu me esquivei dizendo que pensava se tratar de um apresentador de tevê. Bom, pedi desculpas, disse que poderia estar equivocada, aleguei que era brasileira e havia chegado agorinha à Buenos Aires. Bueno, mas que ele me dissesse então, seria algum ator very famous a la Darín? Foi quando a vergonha tomou conta do meu ser! Eu estava diante do chefe de governo de BsAs. A quem eu vejo todos os dias, não apresentando programas na tv, mas objeto deles...Vai ver que é porque ele tem a maior cara de galã e essa foi a mensagem registrada no meu subconsciente. Fala sério, não tem cara de apresentador ou ator?
Mas, não! Ao menos, not yet! Era Maurício Macri, engenheiro civil e chefe de governo. Daniel teria dado qualquer coisa, ou quase qualquer coisa, para estar ali no meu lugar e reconhecê-lo, mas sucedeu que era eu. A pessoa mais joselita do momento. Dale! Ao menos nunca mais vou achar que o Macri é o Pettinato. Nunca mais! Viram a foto do ínicio? Olha como eles se parecem! Preciso dizer quem é quem?
* Pra quem quiser conferir, ou topar com o Macri, (disseram que é figurinha fácil por lá) ou só comer uma comidinha delícia num lugarzinho acolhedor, o Farinelli fica na Cerviño y Bulnes.

Agora, se não estiver fazendo frio e se você tiver a sorte de encontrá-lo vazio, pode sentar-se no banquinho na calçada, bem à vontade, vendo o movimento da rua... Vai perder o burburinho, mas pode deixar de cometer uma gafe!

Mas se o Macri não aparecer e estiver fazendo frio, divirta-se com os livros de receita da prateleira, pode ser que até você ganhe dicas de culinária de autor! E quem sabe, enquanto isso, o Pettinato não aparece?

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