Hoje!

Un vestido y un amor. Um capuccino. A sacada aberta. O fim do outono anunciando um inverno rigoroso. A cidade cinza. Meu coração em paz. Buenos Aires, 29 de maio de 2010.

Ariel Ardit - "Mariposita"

Pena que o vídeo não mostra uma apresentação dele com a orquestra pra ilustrar o que falei!

Tango, en serio!

Um dos primeiros textos que escrevi, ainda na casa antiga, mencionava um cenário para um tango. Verdade seja dita, não era um tango clássico, era aquele mesclado com uma batida eletrônica que deu uma cara nova ao ritmo mais melancólico que já existiu.

Ontem tive a oportunidade de estar num cenário real, do tango autêntico, do cantor junto à orquestra típica e de algo que não era feito para turistas, senão para amantes de longa data dessa música: senhores e senhoras, na casa dos oitenta e pico (como se diz aqui), que não se intimidavam em levantar a voz em vários "bravos" entusiasmados a cada composição tocada.

Ainda que tenha ficado muito emocionada com a empostação do cantor e a maravilha vinda da união dos violinos, bandoneones, piano e baixo, não me senti à altura daquelas canções. Era preciso uma história com o tango, era preciso que ele tivesse sido trilha sonora de uma paixão e sofrimento, o quê vários desses personagens que compunham a plateia deixavam claro em suas feições. O tango era deles. E muito merecidamente.

Torcuato Tasso - Defensa, 1575.

Porque às vezes é mais fácil sentir que ver!

Em tempo!

Já se vão quase quatro meses e tudo que consegui escrever foram esses poucos posts. A velocidade com que vou descobrindo coisas por aqui não é acompanhada pelos textos. Há muito a ser dito, e juro que tenho anotado tudo numa cadernetinha (linda, por sinal) para que não se perca no tempo e possa ser dividido com os meus queridos. Além dela, a memória tem registrado tantos momentos especiais ocorridos em tão pouco tempo que chegam a parecer normais, embora eu saiba que não são.

Buenos Aires é uma surpresa a cada dia. Outro dia ouvi que há duas maneiras de vê-la: com o olhar da realidade, castigando a acidez dos portenhos, ou, de maneira lúdica, como se estivéssemos dentro de uma poesia. Para essa última digo que o cenário é propício! A melancolia do tango complementa.

Divido-me entre as duas perspectivas. Assim como divido-me em rotina e falta de rotina, o que me é bastante acentuado pela presença constante de visitas, com quem decidi partilhar e acolher um olhar poético sobre a minha agora cidade.

Mais que tudo isso, posso dizer que viver fora de "casa"(adjetivo mais carinhoso que posso dar ao meu país), tem me ensinado uma grande lição: respeito às diferenças e humildade para encontrar nelas o que existe de bom.

E assim a vida segue e outras palavras vão fazendo parte do meu dia a dia. Hasta luego!

Sólo para nosotros!

Muitos brasileiros provavelmente já passaram pertinho desse endereço onde estão os famosos outlets de Buenos Aires. O que talvez não saibam é que ali também poderiam disfrutar de uma experiência inusitada: jantar na casa do chef! É que nesse mesmo bairro, a Villa Crespo, mais precisamente na rua Loyola, está instalado um dos vários restaurantes “a puertas cerradas” da cidade: “La cocina discreta”.

Decidi conhecer a idéia por duas razões: por curiosidade pura e para proporcionar uma alternativa diferente de saída aos amigos visitantes, Simone e Léo, que já conheciam Buenos Aires, já a visitaram diversas vezes e, portanto, ir a um bom restaurante convencional não seria exatamente uma grande novidade!

A proposta do "La cocina" é abrir suas portas a um grupo pequeno, de no máximo dezoito pessoas, às quintas, sextas e sábados, para que jante em um lugar diferente, íntimo, personalizado, ouvindo a música que o cozinheiro selecionou, vendo os quadros e as fotografias que decoram as paredes da sala, a radiola cinquentona que abre o salão, enfim, que disfrute da possibilidade de conferir como é um lar de um casal portenho e o processo de criação das obras primas culinárias que serão servidas (a cozinha, como deveria ser, fica do lado do salão).

O casal , no caso, é Ale e Ro, ambos na faixa dos 30, que depois de viajarem o mundo resolveram continuar fazendo amigos, na sua própria casa, recebendo para jantar! De quebra, fazem disso uma forma de ganhar dinheiro. Ale morou no Brasil por seis anos e isso me fez entender a farofa no cardápio, o quê, aliás, foi também um dos motivos determinantes na minha escolha por esse restaurante em específico. É, deu saudade! Seu único defeito como anfitrião, contudo, foi ter se revelado corintiano.

Não fomos decepcionados! Aliás, a atenção foi personalíssima, naquele dia apenas nós tinhamos feito reserva. Jantar exclusivo! A comida estava realmente boa, o astral idem e o preço melhor ainda: 80 pesos por pessoa!

Pra quem quiser saber dos detalhes: www.lacocinadiscreta.com

Fabiana Cantilo (con Kevin Johansen) - Pupilas Lejanas

Essa foi cantada no show...bonitinha! Pra apresentar aos fãs brasileiros do Kevin!